Bicudo
A espécie
Fêmea
Macho
Sporophila maximiliani, conhecido popularmente como bicudo, está entre os maiores representantes do gênero Sporophila. Apresentam dimorfismo sexual, ou seja, macho e fêmea são morfologicamente distintos, sendo o macho adulto de plumagem preta e bico branco, enquanto as fêmeas adultas de plumagem parda e o bico preto.
O ambiente preferencial de ocorrência da espécie são veredas, brejos e áreas de várzea sazonalmente inundadas que apresentam vegetação herbácea e arbustos esparsos. Alimenta-se exclusivamente de sementes, principalmente de ciperáceas.
Ameaças
Em virtude do canto alto e melodioso, o bicudo é capturado há mais de um século como ave de gaiola, ocupando o primeiro lugar no ranking de aves canoras, considerando a procura e o valor comercial da espécie. A captura ilegal levou a um estado crítico de ameaça de extinção no Brasil, sendo considerado extinto na maioria da distribuição original no país.
Secundariamente, impactos em áreas úmidas, seja a ocupação ou a drenagem, principalmente por atividades agropecuárias, diminuem os hábitats preferenciais da espécie. O agravamento das mudanças climáticas, que ocasionaram a diminuição das áreas úmidas no Brasil Central é outra ameaça para espécie.
Nossas ações
Desde 2018, o Projeto Bicudo vem sendo desenvolvido na Reserva Particular do Patrimônio Natural Porto Cajueiro, em Januária (MG), uma área protegida de mais de 10 mil hectares inserida no Mosaico Grande Sertão Veredas – Peruaçu.
Ao longo desse período temos realizado reintroduções de indivíduos de bicudo, balizadas por um protocolo criterioso desenvolvido pela por diversos pesquisadores e biólogos. O protocolo envolve questões específicas desde a seleção dos bicudos aptos para reintrodução a partir de análises morfológicas e genéticas, métodos para adaptação das aves aos ambientes da RPPN e técnicas de soltura e monitoramento em campo.
A parceria com criadores de bicudos foi um fator fundamental para o sucesso do Projeto. Também desenvolvemos atividades de educação ambiental com as comunidades tradicionais no entorno da RPPN Porto Cajueiro, objetivando um monitoramento participativo e a proteção da espécie.